ou porque os aviões de carreira não voam como antes...
achei que um pouco de
déjà vue explicaria um pouco os atrasos e desculpas que ouvimos nas últimas semanas a respeito do apagão aéreo. vai aqui a
Íntegra do discurso do presidente Lula na cerimônia de abertura do Salão do Turismo – Roteiros do BrasilPronunciamento realizado em São Paulo, em 1º de junho de 2005-"Meu querido companheiro Walfrido, ministro do Turismo,
-Meus queridos companheiros governadores Marcelo Miranda, de Tocantins, e Ronaldo Lessa, de Alagoas,
-Nosso querido Antonio Waldez Góez, governador do Amapá,
-Nossa querida Wilma, companheira governadora do Rio Grande do Norte,
-Embaixador dos Estados Unidos,
-Meus companheiros do Sebrae, da Caixa Econômica e da Infraero,
-Meus caros deputados, Deputada Edna Macedo, Deputado Alex Canziani,Deputado Marcus Vicente,
-Meu querido companheiro João Carlos Coser, prefeito de Vitória,
-Meu caro Marcelo Sáfadi, presidente do Fórum Nacional de Secretários de Turismo,
-Meu caro Milton Zuanazzi, secretário nacional de Políticas do Turismo,
-Meus companheiros, companheiras,
-Meu caro Gutierrez,
-Minhas amigas e amigos empresários,
-Meu querido Cláudio Lembo,
-Meus queridos amigos da imprensa,
Eu não sei se vocês perceberam que o otimismo do Walfrido chega a ser além da conta, porque imaginem vocês que ser ministro do Turismo deve ser uma boa coisa, porque ninguém faz turismo em lugar que não seja bom. O turismo, o cidadão vai – normalmente deveria ser assim, mas depois que inventaram o celular dificultou um pouco –, mas o turista, quando resolve fazer uma viagem, ele deve se despojar de todos os problemas que teve até então e quase que sair como se estivesse nascendo de novo, passar 30 dias sem brigar com a mulher, sem brigar com os filhos, sem se importar com o atraso das contas, sem se importar com nada, porque, se ele sair com dois celulares e estiver andando na praia falando ao telefone, seria melhor ficar no escritório e não fazer turismo.
E o Walfrido é isso, ele é mineirinho, conhecia apenas o Vale do Aço e o Vale do Jequitinhonha. Depois que virou ministro do Turismo, o mundo está a seus pés.
Vocês sabem que é muito prazeroso para o presidente da República ter na sua equipe pessoas como o Walfrido e como a equipe que ele montou. Certamente a equipe do Walfrido, sem desmerecer quem quer que seja que já passou por essa área, eu não sei se em algum momento da história do Brasil, nós tivemos uma equipe tão afinada, tão otimista, tão criativa e tão disposta a transformar o turismo, definitivamente, numa grande indústria de produção de riqueza deste país.
Eu não acredito que em outro momento histórico o Brasil teve isso, porque vocês, os mais novos sabem, e os mais velhos não esqueceram ainda que o Turismo já foi do Ministério da Agricultura no Brasil. Vejam a concepção de turismo que se tinha no Brasil. Era ligado ao Ministério da Agricultura, depois foi ligado ao Esporte, foi ligado a não mais quantas pastas. E nós resolvemos criar um ministério só para cuidar do Turismo, para tentar pegar toda a inteligência nacional que pensa o turismo e começar a produzir as coisas que, normalmente, levam algum tempo, para dar o resultado que nós precisamos. E eu estou convencido, meu querido Walfrido, de que nós vamos chegar lá.
Eu tive esta semana, e o Walfrido estava comigo, Marisa estava comigo, eu tive a alegria e o orgulho de ir ao Japão ver uma promoção do Brasil no Japão: um metrô com as fotos de lugares muito bonitos do Brasil, três vagões num metrô que transporta 5 milhões de pessoas por dia. E eu fiquei imaginando o quanto nós podemos convencer o povo japonês a vir para o Brasil. E não tem outro jeito, a primeira condição para que alguém faça turismo num lugar é conhecer o lugar. Ninguém vai para o desconhecido. Quando vai, precisa treinar na Nasa, precisa fazer um monte de coisa, porque quantos anos ficaram testando para ir à lua? Isso é ir ao desconhecido.
Mas, no turismo, as pessoas querem saber, tem um setor em que o serviço funciona? Os garçons lá atendem a gente bem ou demoram três horas para trazer uma cerveja? A comida vem quente ou vem fria? Tem segurança ou não tem? As pessoas querem saber, se tiver, elas vão. E o importante é que nós temos o que mostrar. Eu diria que tem países mais ricos do que nós, tem país territorialmente maior do que o nosso, tem país que tem mais tecnologia do que nós, mas eu duvido que tenha país com a diversidade cultural, as coisas da natureza, a quantidade de sol que tem o Brasil. Duvido.
Então, nós precisamos tirar proveito disso, recebemos isso de graça de Deus, muitas vezes a incompetência do ser humano fez com que estragássemos algumas coisas, mas agora a humanidade está tomando juízo, está cuidando do seu meio ambiente, e nós poderemos dar muito mais densidade às coisas que nós temos em cada Estado. E aí, nós temos que ter o cuidado, viu Walfrido?... Eu estou com o discurso para falar bem de você, mas eu vou falar bem de improviso, aqui, de você. Nós precisamos tomar cuidado porque é verdade que muitas vezes, no Brasil, as pessoas adquiriram o hábito de falar mal das suas próprias coisas.
No Brasil nós temos a mania da autocrítica muito forte. Nós somos muito exigentes conosco e muitas vezes você viaja para fora e vê as pessoas criticando as coisas que não têm e falando muito pouco das coisas que têm. As pessoas não aprenderam a valorizar as coisas que existem, as coisas que são bonitas e as coisas que podem acontecer no Brasil, ou seja, as pessoas muitas vezes trabalham o negativo, e não o positivo.
Não que tenhamos que esquecer as coisas que estão erradas ou que não estão dando certo, mas ninguém vai convencer turista a vir para o Brasil vendendo desgraça. Ninguém vai. Não tem um turista que queira ir ao Iraque agora, tem? Não tem não. Tem medo de ser seqüestrado. Então, ninguém vai para um lugar se a gente não der a exata dimensão da importância do lugar, do cuidado... um dia desses, no Rio de Janeiro, eu vi um turista perguntando para o dono do hotel se ele podia andar na praia. O cidadão da recepção dizendo que não, que não podia andar na praia. Ora, não só deveria dizer que o cidadão deveria andar na praia, como deveria ter gente, ou da polícia estadual, municipal ou do próprio hotel, no mínimo tomando conta num visual alto das pessoas. Se eu vou a Alagoas, se eu vou a Natal, se eu vou onde tem praia da melhor qualidade, e eu chego lá, não se pode andar na praia porque você vai ser assaltado, eu nunca mais volto lá... a gente sabe que até tem assalto, mas vamos pegar a proporção das coisas que acontecem com o turista no Brasil e vamos pegar no mundo. Muitas vezes acontece uma coisa que ninguém gostaria que acontecesse com o turista estrangeiro no Brasil, mas vamos ver também onde estava esse turista, onde ele foi meter a sua mão, porque eu freqüento uns lugares há muitos e muitos anos, nós sabemos que existe determinado grau de violência, mas é plenamente controlado para os turistas seguirem os roteiros pré-estabelecidos dos lugares que têm mais tranqüilidade. E eu acho que é isso que nós temos que vender.
Nessas viagens que nós estamos fazendo, o que nós estamos descobrindo? Muita gente até gostaria de vir ao Brasil, mas não tem como vir ao Brasil, não tem avião, não tem vôo. Muitas vezes as pessoas estão na África, têm que ir à França para virem para cá, e já ficam na França. Já ficam lá, não vêm para cá.
Eu pedi ao companheiro Walfrido que, junto com a Infraero, junto com o DAC, preparasse um novo mapa geográfico dos aviões brasileiros, ou seja, não é possível, o embaixador americano está aqui há pouco tempo, que alguém que more em Manaus, alguém que more no Amapá, alguém que more em Roraima, alguém que more no Acre, alguém que more no Pará, para ir aos Estados Unidos, ter que vir a São Paulo, ou seja, ele anda mais, ele se distancia quatro mil quilômetros voltando para depois subir. Então, nós transformamos uma viagem de quatro horas e meia numa viagem de 12 horas e meia, além da “encheção” que eu não vou dizer, porque presidente não pode falar tudo que pensa, além de ficar três horas no aeroporto, quatro horas, duas horas e meia, cinco horas.
Então, nós precisamos, Walfrido, ter como tarefa quase que urgente... tem que ter um certo Estado do Nordeste ou um certo estado do Norte que seja um ponto de recepção dos vôos regionais que levarão passageiros para lá. Não é possível que alguém que more no Ceará, que more em Pernambuco, que more em Sergipe tenha que vir a São Paulo, ao Rio de Janeiro para ir para a Europa. Se ele está a seis horas e meia, sete horas, por que ele tem que andar quatro horas para trás, três horas para trás? Fica mais cara a passagem, leva-se muito mais tempo. Essas são coisas que eu acho que nós, ao tomarmos as medidas – e não é fácil, o Walfrido sabe da briga, porque neste país, ao longo do tempo, se constituiu monopólio da aviação –, então, tem países que querem mandar aviões para cá.
Eu, ontem, estava contando para um grupo de empresários. Eu fui na Nigéria. A Nigéria tem 140 milhões de habitantes. O Brasil tem um déficit comercial com a Nigéria de 3 bilhões de dólares, porque o Brasil compra muito petróleo da Nigéria, e o Brasil tem um déficit de 3 bilhões de dólares. Ora, meu Deus do céu, nós não podemos, primeiro, não tem um vôo do Brasil para a Nigéria. É só atravessar o Atlântico e já se está na Nigéria, são seis horas de vôo, quatro horas e meia de vôo, cinco horas de vôo para que os nossos empresários possam ir lá vender os nossos produtos para desfazer essa diferença que nós temos de um déficit comercial absurdo. Se nós não tomarmos uma atitude, Walfrido, isso não acontece.
Nós temos países que querem vir para cá, temos a África do Sul, que quer dobrar o número de aviões para cá. E tem toda uma regalia, tem umas regras estabelecidas no tempo do Império, quando nem tinha avião, mas devem ter estabelecido no tempo do Império, que cria dificuldades. E nós precisamos quebrar esses tabus para a gente poder fazer do turismo, realmente, uma indústria muito forte no Brasil. Nós temos tudo para ser um dos países mais extraordinários no turismo, no mundo. Nós temos, primeiro, praias como nenhum outro país tem, temos florestas como nenhum outro país tem, temos rios como nenhum outro país do mundo tem.
Temos uma diversidade que poucos países têm e temos um povo extraordinário que tem sido uma marca registrada em todas as pesquisas feitas no mundo inteiro. Uma das coisas mais admiradas no povo brasileiro é a gentileza, é a criatividade, é a simpatia, é a alegria. Então, nós temos tudo, temos apenas que estruturar.
A Infraero está fazendo a sua parte, eu quero aqui dizer que o nosso querido Carlos Wilson está fazendo uma pequena revolução nos aeroportos brasileiros, ou seja, uma das coisas que eu vou fazer com mais orgulho, Cláudio Lembo, é vir, não sei se em dezembro, inaugurar aquele estacionamento do aeroporto de Congonhas. O presidente nunca precisaria inaugurar um estacionamento, mas eu já passei tanta raiva por causa daquele estacionamento, eu já passei tanta raiva e já xinguei tanta gente, já fui multado tantas vezes que o dia que inaugurar eu vou vir, aqui, inaugurar só para tirar esse peso. Eu, às vezes chegava com o carro ali para parar, o cara queria que descesse do carro andando, era um negócio maluco, eu xinguei tanto, eu fiz tanta queixa para deputado, para prefeito, para governador, e agora, finalmente, vamos inaugurar, transformar isso numa festa, porque eu passei muito ódio.
Então, essa revolução que o Carlos Wilson está fazendo no aeroporto é porque o aeroporto é a cara, é a primeira cara, a primeira impressão quando você volta de um lugar, é o aeroporto. Se você chega num lugar, tem um aeroporto “muquifo”, você fica com a impressão muito... é verdade, você chega num aeroporto, não tem nada, não tem loja... eu pegava um avião daqui, ia ao Peru, ia a Cuba, chegava no aeroporto de Lima, isso há algum tempo, você ficava das duas horas – a Marisa ficou comigo – das duas horas da manhã às sete horas da manhã para pegar um outro vôo. E não tinha sequer café e nem você podia sair.
Então, nós precisamos saber o seguinte: quando o turista tiver uma hora no aeroporto, ele tem que ter acesso a algumas coisas, uma lojinha para ele ver um produto e comprar, um cafezinho para ele poder tomar, um restaurantezinho para ele comer um lanche e tal, porque senão o cara volta mal impressionado. O turista começa a ficar nervoso, aí, ele que saiu de casa prometendo para a mulher: “Meu amor, não vamos brigar mais, minha querida, sabe, beijinhos e beijinhos para cá e vamos lá, vamos que vamos”, quando chega no aeroporto que as coisas não dão certo, ele já começa a jogar a culpa na mulher e aí o passeio dele vai ser triste, vai ser nervoso, a mulher vai pegar o telefone ligar para os filhos e contar a estória chorando, aí o marido já tem que ficar prestando conta... é uma desgraça.
Então, nós queremos contribuir para deixar... nós agora vamos fazer mais umas coisinhas no aeroporto de São Paulo, nós vamos estar fazendo no Santos Dumont, o de Alagoas vamos inaugurar agora, no dia 29 de junho ou de julho, vamos inaugurar o aeroporto de Alagoas; começamos o de Vitória, estamos começando o de Macapá, estamos começando o de Goiânia, Brasília vai ter a segunda pista, porque a Capital tem um aeroporto acanhado como aquele, ou seja,vamos ter que fazer uma coisa maior, os do Nordeste estão todos ficando muito bonitos, coisa para causar inveja para qualquer aeroporto de qualquer capital européia.
É assim, nós nascemos para gostar de coisas bonitas, nós nascemos para gostar de coisas boas, e eu acho que nós ainda temos muito por fazer porque o Brasil, apesar de ter 500 anos, é um país novo, e o turismo é uma modalidade nova. O turismo, antigamente, era quase um sacrifício de meia dúzia de pessoas ou de algumas centenas de empresários, porque não tinha política de Estado para o turismo. Eu me lembro de algum momento na história do Brasil em que eu fui muito amigo de um assessor de uma área de turismo, onde a única coisa que acontecia é que ele ia passar todo o final de semana em Búzios, então, o cara fazia do turismo uma coisa para ele, pessoal, não tinha política de Estado. O que o Estado pensa para o turismo? Quais são as mudanças que nós vamos fazer? Eu acho que essa revolução, Walfrido, que vocês estão fazendo, e o Sebrae tem dinheiro, pode pedir um pouco mais que sempre sai, é só saber pedir. Porque o Sebrae tem preocupação de ajudar a geração de emprego. Ninguém, Paulo, gera mais emprego do que o turismo.
Então, eu vi uma coisa extraordinária. Eu estava com o Walfrido, domingo, no Japão, não, sábado, em Nagóia, de repente, entre dois japoneses e uma japonesa que não falavam uma palavra em português, com chapéu de couro, imitando Maria Bonita e Lampião, com uma sanfona. E não é que eles tinham decorado a letra do Luiz Gonzaga, Asa Branca? E cantaram Asa Branca. Depois, teve outro grupo que cantou em japonês, dançou capoeira e homenageou a gente cantando Luar do Sertão. Imaginem, um grupo de japoneses que não sabia falar nem bom-dia em português, cantou Luar do Sertão. Essas coisas fizeram com que eu fizesse muita provocação ao turista japonês que vai para o Japão. Eu dizia: olha, eu vejo nas fotos, vejo na televisão, milhares de turistas japoneses visitando as quedas de Niagara. Vocês vão a Niagara, depois vocês vão à Foz do Iguaçu. Aí vocês vão perceber que Niagara é um chuveirinho perto de Foz do Iguaçu. Conheçam os dois para vocês fazerem a sua opção, passem lá, mas dêem um pulinho até o Brasil e vão conhecer a Foz do Iguaçu.”
Eu fico imaginando, meus queridos, e os empresários podem, por exemplo, Walfrido, esse esforço que vocês estão fazendo para essa feira, aqui. Eu só descobri o Brasil nas Caravanas da Cidadania, quando eu peguei ônibus, trem, e botei o pé na estrada para andar 91 mil quilômetros neste país, porque até então a gente não conhecia o Brasil. E eu digo para vocês que 90% do povo brasileiro não conhecem o Brasil. Isso que vocês estão fazendo aqui é um gol de placa. Agora, nós precisamos mais, Walfrido. Eu acho que nós precisaríamos conversar com os nossos homens de comunicação, na televisão. Tem tantos programas com apresentadores bons. Poderia dedicar dois minutos do seu programa para falar do turismo, para mostrar os lugares bonitos que nós temos. E eu acho que eles farão isso. A gente não pode dizer: “Ah, não tem dinheiro para fazer propaganda”. Porque também a gente só fala: “Não tem dinheiro, não tem dinheiro”. Nós temos que conversar com as pessoas. Você tem que fazer um programa da terceira idade ou da segunda e meia, e você tem que ligar para uma Hebe Camargo e falar: “Hebe, eu quero que você me dê aí meia hora, que eu quero falar para o seu público sobre turismo”. Você pode falar com o Faustão: “Faustão, me dá aí uns cinco minutos para falar de turismo no Brasil, mostrar as coisas bonitas que temos”. Eu tenho certeza de que todos eles farão com prazer.
Eu estou dando uma dica aqui para o teu secretário de Comunicação andar um pouco, porque senão a gente pensa que não faz porque não tem dinheiro. Eu acho que essas coisas acontecerão com a maior boa vontade dos meios de comunicação, se eles forem convencidos de que a idéia é boa. Eles têm que ser convencidos de que a idéia é boa. E assim é que a gente vai divulgar.
Quem conhece Vitória? Vitória passou, o Espírito Santo passou vários anos aparecendo no noticiário nacional por causa da violência. Vejam, quando é que a gente vai, e aí os governadores dos Estados têm responsabilidade, os prefeitos têm responsabilidade, que é tentar divulgar nacionalmente as coisas boas que têm.
O povo de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul, tem que saber que existe coisa bonita no Espírito Santo se não mostrar, e aí vale para Alagoas, vale para Amapá, vale para Tocantins. Os governadores têm que ter políticas de divulgação do seu Estado nos outros Estados. Tem que ter divulgação. Eu estou dizendo isso porque eu tenho feito esse apelo em todos os encontros. Não pode o governo federal ir para a televisão falar bem de Pernambuco, de Alagoas ou do Rio Grande do Norte, não dá. Eu não posso ter essa prioridade, vocês é que têm que fazer.
Os gaúchos, com as suas bombachas, eles têm que saber que tem praias bonitas em todos os locais, melhores do que algumas que tem em outros lugares, eu ia falar mal, mas não vou falar porque senão a imprensa vai dizer... mas eu acho que essas pessoas precisam conhecer o Brasil como o Nordestino precisa conhecer São Paulo, precisa conhecer o Rio de Janeiro, precisa conhecer o Rio Grande do Sul, precisa conhecer as Missões, precisa conhecer uma série de coisas que tem em cada Estado.
Então, companheiros, olhe, os números o Walfrido disse. Eu estou extremamente otimista, aliás, eu vou contar uma coisa para vocês: tem dia, não sei se acontece com vocês, tem dia em que você lê o jornal e você tem vontade de não sair de casa, acabou o mundo. Desde que entrei no governo, todo dia se lê, em algum lugar, alguma manchete de que acabou o mundo, está tudo errado, a economia não vai bem. Agora, começou outra vez. Eu digo para os meus companheiros o seguinte: como eu não sou economista, não sou especialista, eu vou dizer: este ano a gente vai surpreender outra vez. Se o ano passado foi uma bela surpresa, este ano vai ser outra bela surpresa. Aqueles que acordam, porque tem gente que acorda tão azedo de manhã que dá para fazer limonada do seu suor, porque tem gente muito negativa, tem gente que não acredita nas coisas, não há e não tem, escuta o que eu estou dizendo, sem ser economista, é verdade que houve uma retração agora? É verdade. Mas nós estamos crescendo há 8 trimestres consecutivos, coisa que fazia 10 anos que não acontecia no Brasil. Oito trimestres consecutivos. E tivemos que fazer um sacrifício muito grande para controlar a inflação. Porque, de inflação este país tem experiência, e vocês têm experiência. Se a gente deixar ela voltar, alguns não perdem com a inflação, governador não perde, Caixa Econômica Federal não perde, a prefeitura não perde, a receita do Estado não perde, aliás, muitos gostariam de ter inflação porque ganham dinheiro com a inflação, mas o povo que vive de salário não pode ter inflação. Não ter inflação já é a garantia de um aumento de salário para essa gente.
Agora, qual é o dado importante, gente? Vocês sabem que é a primeira vez na história da economia brasileira que a gente tem saldo de conta corrente sem recessão, e com a economia crescendo. Porque o Brasil sempre foi assim: vamos exportar? Vamos. Mata o mercado interno. Aí, vamos fazer o mercado interno? Mata a exportação. Nós conseguimos combinar aquilo que é possível combinar do país crescer sem que o mercado interno tenha uma retração. Ontem, por exemplo, eu vi uma manchete: “Consumo da família cai 0,6%”. Aí, outra manchete no mesmo jornal: “Pesquisa da Federação do Comércio mostra que o varejo cresceu 5,6%”. Ora, se no varejo cresceu, o que estou consumindo no varejo? Quem compra?
Então, eu estou dizendo isso para vocês porque isso tem muito a ver com o otimismo do Walfrido aqui. Ou nós acreditamos que somos capazes de fazer este país não retroceder, e eu tenho dito todo dia: não esperem de mim nenhuma medida populista porque vai ter eleição daqui a um ano e meio. Eu não estou querendo construir uma base sólida de crescimento deste país para um ano. Este país vai ter que ter juízo e vai ter que ter um ciclo de crescimento sustentável por dez ou quinze anos se a gente quiser se transformar, um dia, num país definitivamente desenvolvido, e não eternamente num país em desenvolvimento. E aí não existe brincadeira em economia. Não existe.
Quero dizer para vocês outra vez: nós vamos fazer tudo que tivermos que fazer, independentemente do calendário eleitoral. Este país não vai retroceder. Nós já tivemos experiências demais neste país, tem gente que entra e brinca com este país, porque faz experiência, chega perto da eleição muda a regra do jogo, ganha a eleição, “desmuda” a regra do jogo. Nós não vamos fazer isso. Vocês estão lembrados que nós aumentamos os juros faltando 15 dias para as eleições das prefeituras? E aumentamos porque era preciso aumentar. E nós vamos tentar mostrar o seguinte: o país vai continuar com a política fiscal séria, porque, se a gente gastar mais do que arrecada, o resultado nós sabemos o que é. Isso vale para a casa da gente, isso vale para o governo, vale para a prefeitura, viu João Coser?, você que entrou agora, novinho, vá preparando as contas da prefeitura, porque se gastar mais do que tem, um dia alguém vai ter que pagar essa conta.
Então, companheiros e companheiras, meus amigos do turismo, eu quero dizer para vocês que vocês podem, se quiserem, junto com o Walfrido e junto com a sua equipe, transformar definitivamente o Brasil num pólo de atração turística para o mundo inteiro. Agora, se a gente quiser fazer isso, nós temos que ter determinação, não pensem que as pessoas virão para cá pelos belos olhos do ministro ou pelos belos olhos do presidente. Não virão. Eles virão para cá na hora em que nós formos convincentes.
Eu vi, Walfrido, no Japão, tem um programa da Globo. Tentar ponderar com eles, fazer um pouquinho de turismo do Brasil, vamos mostrar as coisas lá, produz essas fotos que estão aqui e manda fazer um Globo Repórter sobre os lugares bonitos do Brasil. Os lugares feios saem no jornal todo dia, mas os lugares bonitos nós temos que mostrar. Então, eu acho que o desafio não é teu, não vou jogar nas tuas costas toda a responsabilidade, e eu acho que é de todo mundo que trabalha com turismo. E eu quero, Walfrido, que você continue com esse otimismo que você tem. No dia em que você levantar azedo, não saia de casa, fique dentro de casa, porque, se você for passar energia negativa para os outros, não saia, é melhor não sair.
Já não aconteceu com vocês, governadores, sair de casa, às vezes, chegar na secretária, que paga o pato. Às vezes, as pessoas que não têm nada a ver com o azedume de vocês...
Então, eu acho que este país está precisando, definitivamente, de que as pessoas acreditem mais naquilo que estão fazendo. E eu quero parabenizar você e a sua equipe, porque vocês, definitivamente, com esta exposição aqui estão dando a demonstração de que acreditam, não só acreditam naquilo que estão fazendo, como estão fazendo outras pessoas acreditarem que o Brasil é, definitivamente, um país de atração turística como nenhum outro.
Meus parabéns, Walfrido, meus parabéns à tua equipe, meus parabéns aos empresários, meus parabéns aos governadores que vieram e, pelo amor de Deus, mais divulgação do Rio Grande do Norte, de Alagoas, do Amapá, do Tocantins na televisão para que o povo brasileiro saiba que existe, senão vai para Miami, vai para a França, senão vai para outro lugar.
Então, gente, a bola está conosco. Não vamos esperar que os adversários façam pelo Brasil, ou que os nossos concorrentes façam pelo Brasil o que nós mesmos temos que fazer.
Muito obrigado, meus parabéns e boa sorte meu querido Walfrido."